sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Ser Mãe

Quem disser que ser mãe é a tarefa mais fácil do mundo, com certeza não é mãe. Tudo bem que existe diversos tipos de mães...tem a mãe que só deu à luz e mais nada, pois quem toma conta dos filhos é outra pessoa que pode ser a mãe da mãe ou pode ser a sogra, ou seja, as avós. Também pode ser uma pessoa muito útil na sociedade há muitos anos...a babá. Porém, no meu caso, nenhuma e nem outra opção eu tinha, pois meus familiares estavam longe e dinheiro não sobrava. Não posso esquecer que também há as mães que verdadeiramente assumem o seu papel e mãos à obra.
Quem é mãe mesmo sabe o trabalho que dá... ser mãe. Quando meus filhos nasceram tive que abrir mão de certas prioridades, neste caso me refiro a universidade, somente alguns anos depois pude retomar o curso de Pedagogia na UnB e quando voltei em agosto de 2011 a "barra foi pesada".
Pela manhã, acordava antes das crianças porque precisava providenciar o café da manhã...toddy e pão, depois tinha que arrumá-los para eu e meu marido levarmos para creche e enquanto isso nós também nos apressávamos para chegar a universidade. Como meu marido era o professor, muitas vezes ele precisava está no campus muito mais cedo e nessas ocasiões eu tinha que fazer tudo sozinha...digo, descer do terceiro andar com o carrinho de bebê, duas crianças, Paola(3) e Pedro(1), duas mochilas, a minha bolsa, as minhas apostilas e meu laptop...ufffa!! Pra facilitar meu trabalho colocava também minha filha dentro do carrinho e todas as bolsas penduradas no mesmo e partia em direção a creche...que falta faz um carro né?! 
Quando saia da aula, já passava das 16h, tinha em média uma hora e meia para chegar na creche e levar as crianças de volta pra casa, pois meu marido dava aulas até mais tarde e assim não podia me ajudar...agora eu chegava no prédio que não tinha elevador, subia as crianças, as mochilas (e mais a minha bagagem)  três andares acima, deixava eles rápidamente no apartamento enquanto corria pra descer de novo três andares pra buscar o carrinho e depois subir novamente os mesmos andares e finalmente entar em casa...afffff...cansei só de falar! Pensando que iria descansar, logo ouvia uma vozinha que não cessava...mamãe quero água... quero toddy... quero ver toy store... quero fazer xixi/côco... quero te abraçar... mamãe acho que o meu irmão fez côco... mamãe isso, mamãe aquilo....enfim eu não párava um só momento. Eu precisava me virar nos trinta, pois eu não podia esquecer que no outro dia eu tinha trabalhos para entregar, matérias pra estudar, mochilas pra fazer, casa pra arrumar, comida pra fazer, marido pra namorar e muitas outras coisas, porém, a única coisa que eu queria era dormir ou mesmo chorar de desespero. 
Cheguei a pensar que não fosse conseguir, várias noites chorei pensando que deveria desistir da universidade e ficar com meus filhos, mas meu marido me ajudou o máximo que pôde, meus amigos e professores me compreenderam e principalmente Deus me ajudou, me deu forças pra continuar e conseguir finalizar o semestre...passei em todas as discilinas e me senti vitoriosa. Como disse no início ser mãe não é fácil...pois temos que saber nos dividir em diversos papéis em uma só vida...temos que ser esposa, mulher, profissional competente, confidente, amiga...somos quase bombril: mil e uma utilidades.
A palavra mãe é pequena...mas o seu poder em se dividir em diversos papéis e cumpri-los é infinito. Obrigada Deus por ser mãe...por saber ser mãe!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Meus contos

Pretendo postar aqui os vários contos que vivi, estou vivendo e que durante muitos anos pretendo viver...como esposa, amiga, mulher e principalmente os contos da maternidade, do dia a dia de uma mãe com seus filhos...do dom divino de ser mãe! Contar também os desvaneios ocorridos, frustrações e situações peculiares a todos nós. Para inaugurar este post aqui deixo um poema de Vinícius de Moraes...lindo como sempre e que traduz o mais real sentimentos de se ter filhos.

POEMA ENJOADINHO
Vinícius de Moraes 


Filhos… Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos, como sabê-lo? Se não os temos, Que de consulta, quanto silêncio, como os queremos!
Banho de mar, diz que é um porrete…Cônjuge voa, transpõe o espaço, engole água, fica salgada, se iodifica. Depois, que boa, que morenaço, que a esposa fica! Resultado: filho.
E então começa a aporrinhação: Cocô está branco. Cocô está preto. Bebe amoníaco. Comeu botão.
Filhos? Filhos. Melhor não tê-los.
Noites de insônia. Cãs prematuras. Prantos convulsos. Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo. Melhor não tê-los…mas se não os temos, como sabê-los?
Como saber que macieza nos seus cabelos. Que cheiro morno na sua carne que gosto doce na sua boca!
Chupam gilete. Bebem xampu. Ateiam fogo no quarteirão. Porém, que coisa. Que coisa louca. Que coisa linda. Que os filhos são!